Leopoldina, a Athenas da Zona da Mata

Ponto estratégico para os viajantes que vem do Norte ou do Sul, a cidade de Leopoldina tem uma curiosa história a contar sobre seu nome. Ou melhor dizendo, sobre seu antigo nome.
Inicialmente esta localidade foi denominada “Feijão Cru”. Isso vem lá do princípio do desbravamento do território deste município, quando os primeiros habitantes acamparam por estas terras em busca de terras férteis. Quando verificaram que o cozinheiro do grupo não prestou atenção ao fogo que  tinha como finalidade cozer os alimentos e afugentar as feras noturnas, viram que o feijão para alimentar o povo estava “cru”.
As primeiras sesmarias que formam o atual município foram doadas no ano de 1813 como pertencentes a Barbacena. E foram as margens do Ribeirão Feijão Cru que um pouso de tropeiros se desenvolveu próximo a uma capela erguida por Francisco Pinheiro de Lacerda e Joaquim Ferreira Brito, dois fazendeiros locais no ano de 1831.
Praça Leopoldina
Praça Felix Martins, Centro de Leopoldina
Neste mesmo ano, era fundado o distrito de São Sebastião do Feijão Cru, subordinado ao município de São Manuel do Pomba (Atual Rio Pomba). Mas antes dos primeiros sesmeiros, eram os índios puris que habitavam a região. A eles eram designados serviços como derrubar a mata e colher a poaia, uma planta muito utilizada no tratamento da disenteria e que hoje tem muito uso na composição xaropes expectorantes, vermífugos e outros medicamentos. Por estes serviços, eram pagos com aguardente.
Os puris foram dizimados pelas doenças trazidas pelos primeiros desbravadores e ao seguirem para a província do Espírito Santo, com o passar dos tempos já não havia registro da existência deles. Mas o nome “Leopoldina” só veio no ano de 1854, três anos depois da transferência de seu distrito de Rio Pomba para Mar de Espanha.
A lei que emancipou Leopoldina também transferiu alguns distritos do antigo município do Presídio – atual Visconde do Rio Branco – para a recém-criada Vila Leopoldina, que se formou em torno da praça do Rosário, a partir da qual saíam as ruas do Rosário (atual Rua Tiradentes), Direita (atual Rua Gabriel Magalhães) e Riachuelo (atual Rua Joaquim Ferreira Brito).
Alguns dos distritos repassados de Visconde do Rio Branco e Mar de Espanha para Leopoldina se tornaram municípios. É o caso dos distritos de Meia Pataca (Atual Cataguases), São José do Além Paraíba (hoje Além Paraíba), Rio Pardo (Atual Argirita) e Recreio. A cidade administrativamente possui além do distrito-sede, os distritos de Ribeiro Junqueira, Piacatuba, Tebas, Providência e Abaíba.
Era por aqui que o trem passava. Hoje é apenas lembrança de quem passa na Praça João XVIII
Era por aqui que o trem passava. Hoje é apenas lembrança de quem passa na Praça João XVIII
No ano de 1877, a ferrovia chegava a cidade: A E.F. Leopoldina abriu uma estação e um ramal de curto trajeto para atender o município. E como toda estação nas Minas Gerais, ficava no meio da cidade. Os trilhos e as locomotivas a vapor passavam no meio da rua misturados com os carros, como se fossem linhas de bonde… Mas hoje a estação é apenas lembrança.
Estação ferroviária de Leopoldina (MG). Acervo Biblioteca IBGE
Estação ferroviária de Leopoldina (MG). Acervo Biblioteca IBGE
Com a inauguração da Rodovia Rio-Bahia (Hoje BR-116) na década de 60, a ferrovia perdeu importância e tanto o  prédio como o ramal foram fechados num 25 de fevereiro do ano de 1965 e inacreditavelmente, o prédio foi posto abaixo. No blog do Ralph Giesbrecht há uma interessante explicação sobre o fato (clique aqui e conheça a história da estação).

Foi nesta casa que viveu o Presidente da Província de Minas Gerais, o Sr. Carlos Luz.
A cidade chegou a ter a segunda maior população de escravos na província, ficando atrás de Juiz de Fora e entre última década do século XIX e a primeira do século XX, imigrantes europeus chegaram a Leopoldina para o trabalho na lavoura de café. Na cidade, funcionou uma hospedaria de imigrantes até 1898. Em 1910, foi criada, no distrito de Tebas, uma colônia para imigrantes, principalmente italianos.
O século XX chegou com a primeira hidrelétrica erguida na região. Foi no distrito de Piacatuba que a Usina Maurício teve a sua pedra fundamental lançada no ano de 1906 e inaugurada em 16 de julho de 1908, com a energia elétrica dando o ar de sua graça aos lares leopoldinenses.
Atualmente a cidade, que já viveu o auge da cafeicultura, hoje vive da produção leiteira e da economia baseada na prestação de serviços e da indústria.
Como chegar
Terminal Rod LeopoldinaA BR-116 é a melhor forma de chegar a cidade. Há várias empresas de ônibus que servem Leopoldina, tanto das regiões Nordeste, Sul e Sudeste.
apoio rodoviario leopoldina mg leopoldinenseA Viação Leopoldinense opera o transporte municipal e a Leopoldina Turismo opera o transporte distrital da cidade.
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Fonte: http://www.rdvetc.com/2016/leopoldina-a-athenas-da-zona-da-mata/

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